quarta-feira, 18 de outubro de 2023

A República não é para todos

 


No passado feriado de 5 de Outubro, uma centena de cidadãos que queria ver de perto a comemoração da Implantação da República protestou na Rua do Arsenal, em Lisboa, por lhe ter sido bloqueada a visão para a cerimónia oficial, na Praça do Município.

As baias de segurança foram colocadas a cerca de 150 metros das entidades que assistiram sentadas aos discursos do dia, limitando o acesso de populares, que ainda tinham a meio do seu campo de visão as traseiras de um palco destinado aos meios de comunicação social. “Agora é uma cerimónia privada? Encurralaram-nos aqui. Todos os anos venho aqui e nunca vi uma coisa destas”, dizia uma das presentes, que pediu para ser identificada como “uma cidadã portuguesa revoltada com tudo isto”. A desilusão também passava pelo rosto de Ana Lourenço, que pensava estar mais perto para ver e ouvir, mas afinal ficou ali, num “autêntico funil”. “Estamos descontentes, parece que estamos numa prisão, porque não se vê nada. Isto, afinal, é a liberdade e não é liberdade”, disse. Outro cidadão, que não quis ser identificado, explicava que “esteve 10 anos a chefiar na Câmara” e nunca viu nada assim. Perante tudo isto foi “patético” ouvir as palavras de Carlos Moedas: “Hoje cabe aos políticos não se fecharem no mundo irreal, mas abrirem-se à realidade, evitando o actual divórcio entre a política e as pessoas”!

Sem comentários:

Enviar um comentário