O Parlamento Europeu (PE) quer que,
dentro de ano e meio, os automóveis saiam de fábrica com um sistema
automático de alerta em caso de acidente. De boas intenções está
o Inferno cheio, mesmo se se trata de legislar em Bruxelas...
A intenção dos eurodeputados consiste
em reduzir a mortalidade, mas isso não se consegue por decreto. Se
dúvidas houver, basta meditar sobre a manchete da edição de hoje
do DN, que dá conta de um caso de um paciente das Caldas da Rainha,
cujo óbito ocorreu em Abrantes depois de ter sido rejeitado por
hospitais de Leiria, Loures e Lisboa. Acresce que o caso, sendo
insólito, não é inédito, pois, recentemente, um cidadão de
Chaves teve de andar cerca de 400 quilómetros, numa ambulância,
para ser assistido num hospital lisboeta.
Quando as coisas são assim num país à
beira-mar plantado, iniciativas dos eurodeputados como a actual não
deixam de merecer o rótulo de pretensão escassa. De que vale um
sistema automático de alerta se o hospital mais próximo do local de
um sinistro não estiver apetrechado para tratar do paciente?
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