Os portugueses aturam muito. Suportam,
até, mais do que a conta. Em nome da sanidade mental daqueles que,
todos os dias, contam cêntimos e eles nunca chegam para coisa
nenhuma, pede-se aos políticos que tenham pena de nós e, pelo
menos, nos poupem à verborreia.
Não faltam em Portugal líderes para
lamentar. Aliás, mais parece ser essa a nossa triste sina, pois, nos
tempos recentes, é raça extinta o parlamentar com capacidade de
liderança.
“A vida das pessoas não está
melhor, mas não tenho dúvidas de que a vida do país está muito
melhor”, afirmou Luís Montenegro ao Jornal de Notícias.
Por muito esforço que se faça, não há
explicação possível para o que vai na cabeça desta gente. As
pessoas estão pior do que mal, mas o país está melhor? É suposto isso
ser algo de que nos possamos orgulhar?
O país não tem vida sem as
pessoas. As pessoas são o país. Portugal é coisa nenhuma sem os portugueses. O pais...
qual país, se a mala de cartão é, agora, uma trouxa de roupa às
costas e um saco cheio de esperança, num adeus adiado à vida na
terra que é nossa, que somos nós e os nossos.
Numa só frase, Montenegro deu o mote
para o congresso social-democrata, que começa hoje e se prolonga até
domingo.
Mais grave do que ter esta ilusão da
realidade é dizê-lo, assim, de uma forma desenvergonhada. Viverá o
líder parlamentar da bancada do PSD num país encravado numa
dimensão paralela, entre o presente e um futuro que não sabemos se
há-de vir?
Uma certeza, porém. Nos próximos
dias, vai haver mais quem queira semear ilusões deste género já
a pensar na colheita das próximas eleições legislativas. Porque isso é o que
lhes interessa. Isso. E nada mais.
Para este tipo de gente, a resposta reside na personagem criada por Rafel Bordallo Pinheiro. O Zé sabe sempre topar um "artista" à distância. E para esses... um manguito bem feito!
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