A EN17, vulgarmente conhecida por
Estrada da Beira, está transformada num instrumento refinado de
tortura, sobretudo, entre a zona do Cabouco e o Areeiro, os tais quatro quilómetros de teste à paciência.
Primeiro foram as obras de alargamento
do tabuleiro da ponte da Portela. Diminui-se o número de faixas,
afunila-se o trânsito... e a malta aguenta.
Depois veio a construção de uma
rotunda, em Ceira, onde há-de, um dia, entroncar a ligação à A13,
obrigando o trânsito a abrandar, a parar, a arrancar, a parar
novamente. Mas a malta é forte e aguenta.
A seguir, constrói-se uma ponte sobre
o rio Ceira, na zona do Cabouco e, volta e meia, coloca-se o trânsito
a circular de forma alternada. Mais. Consta que há a intenção de,
quando a obra estiver concluída, colocar semáforos para gerir a
intersecção desta via com a EN 17. Aguenta mais um pouco.
Entre a rotunda da Portela e o Cabouco,
o piso está uma miséria e a sinalização baralha mais do que
ajuda. São tantos os buracos e remendos mal amanhados que os
mecânicos já esfregam as mãos de contentamento, tal há-de ser o
(curto) destino de pneus, jantes e amortecedores. E nós, temos de
aguentar com tudo isto?
A declaração de interesses quanto ao
autor deste texto é clara. Percorre, todos os dias, a Estrada da
Beira, para se deslocar entre o concelho onde reside e a cidade de
Coimbra, onde trabalha.
À custa de todos os sobreditos abusos,
já aguentou tudo o que tinha para aguentar. Por estes dias, faça
chuva ou faça sol, a situação é de levar qualquer um à loucura.
Portanto, não estranhem se o humor de quem usa esta estrada estiver
alterado. É que circular na Estrada da Beira logo de manhã coloca
qualquer boa alma à beira de um ataque de nervos.
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