As 85 pessoas mais abastadas são tão
ricas quanto a metade mais pobre da população mundial, acaba
de divulgar a organização não governamental Oxfam, cujos estudos
concluíram que as desigualdades económicas aumentaram rapidamente
na maioria dos países desde o início da crise.
Cerca de metade da riqueza mundial é
actualmente detida por um por cento da população, assinala aquele
organismo.
Num relatório intitulado “Governar
para as elites: sequestro democrático e desigualdade económica”,
a Oxfam conclui que a concentração de 46 por cento da riqueza nas
mãos de uma minoria traduz um nível de desigualdade “sem
precedentes”, o qual ameaça “perpetuar as diferenças entre
ricos e pobres até as tornar irreversíveis”.
Para a Oxfam, este aumento das
desigualdades deve-se em grande parte à desregulamentação
financeira e às regras que facilitam a evasão fiscal.
A organização também alerta para as
medidas de austeridade, as políticas desfavoráveis para as mulheres
e a confiscação das receitas provenientes do petróleo e da
extracção de minérios.
Aos participantes na próxima edição
do Fórum Económico Mundial (WEF), a Oxfam apela no sentido da
obtenção de “um compromisso” para não se utilizarem «paraísos
fiscais», não trocar dinheiro por favores políticos e exigir aos
governos para que garantam a saúde, a educação e a protecção
social dos cidadãos com a arrecadação de receitas fiscais.
O WEF, que se reúne, dentro de dias,
em Davos (Suíça), identificou as desigualdades económicas como um
importante risco para o desejável progresso humano.
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