segunda-feira, 10 de março de 2014

Quem não quer ser lobo...

O Tribunal da Relação de Guimarães acaba de absolver um homem de uma acusação de crime de injúria, por que tinha sido condenado a multa, em primeira instância, devido a ter chamado «palhaços» aos membros da Junta de Freguesia de Silvares.

O arguido recorreu para o Tribunal da Relação vimaranense, cujos desembargadores entendem tratar-se de uma expressão que “não excede a grosseria nem a falta de educação”, reflectindo “mero juízo de valor, sem aptidão para atingir a honra e consideração” do presidente daquela autarquia.
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O acórdão, assinalando que palavra «palhaço» é polissémica (possuidora de várias significados), faz notar que, por isso, o Tribunal “não tem de acolher o significado atribuído pelo visado, tão-só por que se considerou ofendido”.

“É próprio da vida em sociedade haver alguma conflitualidade entre as pessoas” e aceitável que a animosidade resultante dessas situações tenha expressão ao nível da linguagem, concluíram os juízes desembargadores.

A recente decisão judicial tem o mérito de pôr as pessoas a meditar acerca da transformação de alguns órgãos de poder em palcos de circo. Mas lá diz o povo: Quem não quer ser tomado por lobo não lhe veste a pele.


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