quinta-feira, 13 de março de 2014

Os (verdadeiros) músicos e os outros, que não são, mas parecem

Um em cada cinco trabalhadores portugueses qualificados opta pela emigração, concluiu um investigador da Universidade de Coimbra, Rui Machado Gomes. As estatísticas são ainda mais negras no caso dos enfermeiros, quando um terço dos jovens licenciados nesta área são forçados a abandonar o país, em busca de uma esperança de futuro e progressão na carreira.


Foi-se o Fernando Tordo, farto das “touradas” a que são submetidos os músicos em Portugal. Emigrou para o Brasil, quem sabe, à procura da garota de Ipanema ou, tão-só, em busca de um sol que lhe aqueça o coração depois da Primavera de Abril e, já agora, lhe cubra o fundo da carteira com alguns reais.

A Dora, que venceu o Festival da Canção por duas ocasiões, uma delas, em 1986, com o tema “Não sejas mau para mim”, também se cansou das tropelias. Eles são maus. Muitos maus. 

Dora não adora, mas tem de ser. Isto de ser cantor em Portugal não paga o pão que o diabo amassou e, vai daí, servir hambúrgueres e coca-cola no MacDonalds sempre ajuda a chegar ao fim do mês com alguns cêntimos. Não gosto. Ainda se fosse uma bifana regada com uma «mini»...

País estranho, este, onde os profissionais da música e a gente qualificada vai cantar e encantar para outras bandas e só cá ficam uns “músicos” (de qualidade duvidosa), que nos fazem dançar o corridinho.

Haja mar para navegar e sonhos para colher, que haverá sempre um português com vontade de conquistar o seu lugar ao sol. E a nossa sorte é essa. Só essa.


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