quinta-feira, 9 de novembro de 2023

E O SOBRESSALTO... ACONTECEU

 



Quando o médico Jaime Ramos apresentou o seu livro “Sobressalto pela Esperança”, em Lisboa, estava longe de imaginar que uns dias depois o Governo de maioria absoluta do PS iria dar um passou em frente à beira do abismo. “A nossa classe política e as elites económicas criaram uma bolha em Lisboa que blindou o país e se resignou, deixando de acreditar em Portugal” afirmou o autor que, pelo contrário, diz ter “esperança em Portugal” apesar de considerar que “os partidos políticos incapazes de se resignar” o que aumenta as responsabilidades das duas maiores organizações portuguesas “a Igreja católica e a Maçonaria”. Para além da mensagem, Jaime Ramos teve o mérito de conseguir reunir personalidades como Adalberto Campos Fernandes, Álvaro Beleza e Luís Marques Mendes na apresentação do livro e vários notáveis na primeira fila, com destaque para o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, Mira Amaral, Maria de Belém, Carlos Carreiras, Fernando Lima, Fernando Cabecinha, Fernando de Almeida e Vasco Lourenço.

SESSÃO PARA ANÓNIMOS FOI UM FLOP

 



A Câmara da Figueira da Foz tinha lançado uma convocatória a convidar os autores de publicações anónimas nas redes sociais para uma reunião, na passada segunda-feira, pelas 19h00. Segundo o Executivo presidido por Pedro Santana Lopes, poderiam, ali, de forma presencial, “esclarecer todos os pontos que pretendessem, com os dirigentes cimeiros, responsáveis das diferentes áreas, sobre os procedimentos em que alegam existirem ilegalidades”.

O BOM SENTIDO DE HUMOR



Os recentes acontecimentos na vida política portuguesa são encarados por muita gente com espírito de humor. Mas esta do Licor Beirão bate qualquer uma. 

“BOA AVENTURA ERA NÃO HAVER ASSÉDIO”


 

Não foram muitos (cerca de duas dezenas), mas mostraram convicção e ausência de medo em dar a cara os estudantes da Universidade de Coimbra que se manifestaram contra o assédio na Academia, solicitando a criação de um gabinete independente para acolher queixas sobre eventuais casos que ocorram nos estabelecimentos de ensino superior. Empunhando cartazes feitos em papelão, onde se podia ler “propinas não pagam assédio”, “boa aventura era não haver assédio” ou “academia não assedia”, os jovens concentraram-se junto à estátua do rei D. Dinis e entoaram algumas palavras de ordem contra “todo o tipo de assédio”, com a promessa de que “a luta é todo o dia contra o assédio na academia”.

CHEGA DÁ CONSELHOS A SANTANA



O grupo de trabalho da Figueira da Foz do partido Chega considera que o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes, “não pode remeter-se a um papel de paródia, convocando na página do Município os autores do blogue [anónimo] para uma reunião, ou fingir que nada está a acontecer”. “Isto não abona nada a sua imagem, o seu reconhecido carácter de homem vertical e honesto que efectivamente tem ajudado a Figueira a colocar-se no mapa, não deve ficar manchado com este episódio”, escreveu o coordenador concelhio do Chega, Hermínio Martinho. Não se revendo no “anonimato e na obscuridade”, contudo, consideram “grave o teor da informação recentemente revelada (...) e que deixa no ar várias questões que de facto merecem ser cabalmente esclarecidas pelo Executivo municipal, em nome da transparência que se exige”.

AINDA VAI A MINISTRO

 



Maternidades a fechar intermitentemente e Urgências hospitalares com constrangimentos tem sido o pão nosso de cada dia no Serviço Nacional de Saúde, um pouco por todo o país, e o exemplo até tem vindo da capital. E nem a tentativa de desresponsabilizar o ministro da tutela com a nomeação da Direcção Executiva do SNS tem dado frutos, como se tem visto. Neste panorama tão desequilibrado há uma excepção, que os mais atentos já notaram: o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. No CHUC as duas maternidades funcionaram sem interrupções e as urgências dos HUC, apesar das obras que decorrem e dos constrangimentos nas escalas, foram funcionando, mesmo com elevados tempos de espera e o recurso ao Hospital dos Covões.

RIR PARA NÃO CHORAR: A SAÚDE EM PORTUGAL

 



Portugal tem vindo a revelar-se um mestre na arte da modéstia quando se trata de acesso à saúde. Ao superar apenas 24% dos indicadores-chave em comparação com a média da OCDE, o país parece determinado a manter as expectativas baixas. Enquanto todos os cidadãos têm acesso a um conjunto básico de serviços, a cobertura financeira é onde Portugal mostra o seu talento especial. Com apenas 63% das despesas cobertas previamente, o país está a redefinir o significado de "menos é mais", ficando aquém da média da OCDE, que é de 76%. Mas não se deixe enganar, Portugal não está disposto a comprometer completamente a sua reputação… ou o que resta dela.

Coimbra limpinha que até brilha!

 

A Câmara Municipal de Coimbra lançou-se de cabeça no mundo do ajuste directo para salvar a cidade da crise de limpeza que atingiu em cheio os edifícios municipais. O autarca José Manuel Silva surpreendeu todos ao invocar as enigmáticas 'vicissitudes burocráticas' como a raiz do drama que se desenrola desde 2021. Num acto de bravura administrativa, José Manuel Silva anunciou um concurso público urgente para a próxima grande contratação. Para surpresa geral, nenhum concorrente teve a ousadia de aceitar o desafio, deixando a cidade à beira do precipício da sujidade.

O que faz protestar os portugueses?

 





A Saúde está um caos, com urgências de obstetrícia a encerrarem à vez, mulheres a terem de telefonar para saber a maternidade onde podem dar à luz, doentes sem atendimentos urgentes em algumas especialidades e que têm de procurar outros hospitais, Ministério que continua num braço-de-ferro com os médicos, etc, etc... Manifestações de protesto na rua por esta causa - até porque parece estar mesmo em causa a existência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) - nem vê-las. E, então, os protestos que se viram no passado fim-de-semana? Só em Lisboa mais de 500 carros e muitas motas desfilaram, no domingo à tarde, em marcha lenta, da Avenida da Liberdade até ao Rossio, ao som ensurdecedor das buzinas. E o protesto repete-se em mais 10 capitais de distrito, como Porto, Braga, Aveiro, Bragança, Faro, Castelo Branco ou Viseu. Chega agora a outra pergunta que se impõe: E protestam pela (falta) de recursos na Saúde? - Não.

Para se ser Presidente da República pode não bastar ser simpático

 



Ser Marcelo Rebelo de Sousa uma pessoa simpática, acessível, comunicadora e outras coisas do género a gente gosta, mais selfie menos selfie, mais beijo menos beijo. Mas o nosso Presidente da República andar a emitir opiniões sobre política internacional ou outras questões de Estado, num café ou em qualquer bazar, isso já nos parece menos bem; ir ter com os manifestantes de um qualquer acto de protesto e deixar envolver-se em discussões sobre assuntos muito sérios com alguns deles que se lhe dirigem em termos brejeiros, é andar por patamares que, se condizem com o seu perfil de personalidade, já têm pouco ou nada a ver com o cargo de Presidente da República.