sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Líder para lamentar

Os portugueses aturam muito. Suportam, até, mais do que a conta. Em nome da sanidade mental daqueles que, todos os dias, contam cêntimos e eles nunca chegam para coisa nenhuma, pede-se aos políticos que tenham pena de nós e, pelo menos, nos poupem à verborreia.


Não faltam em Portugal líderes para lamentar. Aliás, mais parece ser essa a nossa triste sina, pois, nos tempos recentes, é raça extinta o parlamentar com capacidade de liderança.

“A vida das pessoas não está melhor, mas não tenho dúvidas de que a vida do país está muito melhor”, afirmou Luís Montenegro ao Jornal de Notícias.

Por muito esforço que se faça, não há explicação possível para o que vai na cabeça desta gente. As pessoas estão pior do que mal, mas o país está melhor? É suposto isso ser algo de que nos possamos orgulhar? 

O país não tem vida sem as pessoas. As pessoas são o país. Portugal é coisa nenhuma sem os portugueses. O pais... qual país, se a mala de cartão é, agora, uma trouxa de roupa às costas e um saco cheio de esperança, num adeus adiado à vida na terra que é nossa, que somos nós e os nossos.

Numa só frase, Montenegro deu o mote para o congresso social-democrata, que começa hoje e se prolonga até domingo.

Mais grave do que ter esta ilusão da realidade é dizê-lo, assim, de uma forma desenvergonhada. Viverá o líder parlamentar da bancada do PSD num país encravado numa dimensão paralela, entre o presente e um futuro que não sabemos se há-de vir?


Uma certeza, porém. Nos próximos dias, vai haver mais quem queira semear ilusões deste género já a pensar na colheita das próximas eleições legislativas. Porque isso é o que lhes interessa. Isso. E nada mais. 

Para este tipo de gente, a resposta reside na personagem criada por Rafel Bordallo Pinheiro. O Zé sabe sempre topar um "artista" à distância. E para esses... um manguito bem feito!

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