quinta-feira, 14 de abril de 2016

Paisagem despida pelas Infraestruturas de Portugal, mas não esquecida pela União de Freguesias

Fotos: Daniel Peixoto

A destruição das árvores centenárias que sombreavam o caminho pedonal, que acompanha a linha férrea e a variante da cidade (Coimbra-Taveiro), junto ao apeadeiro da Bencanta, está a indignar os moradores daquela localidade. Não é para menos já que a paisagem natural que se observava, quer nas viagens de carro, quer de comboio, ficou, agora, totalmente despida.

As fotos de um cidadão, Daniel Rebelo, postadas na página do Facebook "Por São Martinho do Bispo" retratam perfeitamente a "nudez" da paisagem e deram azo a vários comentários de tristeza e indignação.
Sempre atento, Jorge Veloso, presidente da União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, esclareceu os seus fregueses dizendo que: "o motivo que foi apresentado pelas Infraestruturas de Portugal «refere que as folhas das árvores em causa e também a substância oleosa que provocam, prejudicam gravemente o sistema de travagem dos comboios, tendo muitas dificuldades na referida operação». Também me foi informado que irão ser plantadas outras espécies, de porte mais pequeno para substituição dos plátanos. Admira-me muito que algumas associações ambientalistas, como Quercus, não tenham sequer esboçado alguma tentativa de oposição a este abate”.
O autarca continua, assegurando aos cidadãos que “logo que tudo fique limpo, a União de freguesias apresentará às Infraestruturas de Portugal um projecto de requalificação daquele espaço, assim como do lado contrário da via férrea, que contemplará essencialmente desporto e lazer”.
Entretanto, a Direcção do Núcleo de Coimbra da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, em comunicado, já fez saber que "reclamou junto da Infraestruturas de Portugal (IP) solicitando-lhe uma justificação oficial mas ainda não obteve resposta". Nesse sentido, a Quercus acusa a IP de "no seu site afirmar ter posições ambientais e na prática realiza estes abates", que a organização ambiental considera "arbitrários, excessivos e infundados".
A Quercus vai mais longe, dizendo que técnicos florestais já se deslocaram ao local "e não encontraram quaisquer indícios de patologias que pusessem em causa a estabilidade das árvores. Não se conhecem, pois, razões de fundo que fundamentem a decisão de avançar com os abates".
A Associação sugere que, em caso de perigo para a segurança das estruturas da IP, se deveria ter efectuado "uma simples poda cirúrgica", uma solução com a qual, com certeza, todos os moradores e viajantes concordariam. 


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