Há vida para além da morte, aos 308 anos
O freixo, localizado junto à igreja do
antigo convento de Santo António, era uma das duas únicas árvores
classificadas como de Interesse Público no concelho da Figueira da
Foz (a outra é um plátano com 250 anos, situado na Quinta de Foja,
no nordeste do concelho).
Datado do início do século XVIII, a
árvore é anterior à elevação da Figueira da Foz a cidade (1882)
e mesmo a vila (1771). Teve de passar todo este tempo para que a
árvore tenha sido “vítima” da tempestade Leslie, de Outubro de
2018, quando ficou apenas com duas pernadas e em situação de
elevada perigosidade.
O Instituto de Conservação da
Natureza e Florestas do Centro fez a uma vistoria técnica, tendo
concluído que o freixo se encontrava em muito mau estado
fitossanitário e sem possibilidade de recuperação, face à
extensão e profundidade das podridões que apresentava.
A empresa “Árvores e Pessoas”,
contratada pelo Município da Figueira da Foz para avaliar o freixo,
propôs o abate daquele exemplar. Até uma equipa coordenada por Luís
Martins, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (que o
próprio ICNF define como um dos maiores especialistas portugueses
nesta área), confirmou a irreversibilidade dos sintomas observados.
Posto isto, a árvore foi abatida na
semana passada, mas sempre envolta (literalmente) em polémica,
quando vários cidadãos impediram o seu abate, numa primeira
tentativa.
No dia seguinte a árvore foi mesmo
abaixo, mas equaciona-se a sua substituição por um clone, como
forma de o “eternizar” e perpetuar os valores que lhe estão
associados.
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