quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Há vida para além da morte, aos 308 anos


O freixo, localizado junto à igreja do antigo convento de Santo António, era uma das duas únicas árvores classificadas como de Interesse Público no concelho da Figueira da Foz (a outra é um plátano com 250 anos, situado na Quinta de Foja, no nordeste do concelho).
Datado do início do século XVIII, a árvore é anterior à elevação da Figueira da Foz a cidade (1882) e mesmo a vila (1771). Teve de passar todo este tempo para que a árvore tenha sido “vítima” da tempestade Leslie, de Outubro de 2018, quando ficou apenas com duas pernadas e em situação de elevada perigosidade.
O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas do Centro fez a uma vistoria técnica, tendo concluído que o freixo se encontrava em muito mau estado fitossanitário e sem possibilidade de recuperação, face à extensão e profundidade das podridões que apresentava.
A empresa “Árvores e Pessoas”, contratada pelo Município da Figueira da Foz para avaliar o freixo, propôs o abate daquele exemplar. Até uma equipa coordenada por Luís Martins, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (que o próprio ICNF define como um dos maiores especialistas portugueses nesta área), confirmou a irreversibilidade dos sintomas observados.
Posto isto, a árvore foi abatida na semana passada, mas sempre envolta (literalmente) em polémica, quando vários cidadãos impediram o seu abate, numa primeira tentativa.
No dia seguinte a árvore foi mesmo abaixo, mas equaciona-se a sua substituição por um clone, como forma de o “eternizar” e perpetuar os valores que lhe estão associados
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